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Resumo de Palestra Trinitariana do Prof. Alberto Timm - 1

No dia 02 de março de 2005, o Doutor Alberto Timm, professor de teologia no Seminário Adventista de Arthur Nogueira/SP, proferiu palestra em defesa do dogma trinitariano na igreja adventista do Pq. Marabá em São Paulo. Na ocasião, o renomado doutor usou os seguintes argumentos para defender o dogma trinitariano: 

Luz progressiva. O doutor reconheceu que a ampla maioria dos fundadores do adventismo eram anti-trinitarianos e morreram como tais. Foram citados vários pioneiros  que representavam o pensamento anti-trinitariano nos primórdios do adventismo: Tiago White, José Bates, John Andrews, Urias Smith estão entre os mais preeminentes.  

Logo em seguida, o doutor Timm considerou a contradição entre o posicionamento anti-trinitariano de Tiago White, com o trinitarianismo de sua mulher, Ellen White. Para o teólogo profissional, a contradição pode ser entendida dentro da condição de respeito mútuo que havia entre os dois. Um respeitava a fé contrário do outro, e isso permitia a convivência pacífica entre ambos.

Não é possível admitir que entre os dois pudesse haver discordância doutrinária e ainda mais num assunto tão grave quanto ao da compreensão correta de Deus.

É inadmissível que a existência entre os dois de visões doutrinárias divergentes, mesmo porque, ela mesmo deixou escrito que a produção teológica de seu marido e dos outros pioneiros deveriam sempre ser publicadas, pois era na palavra do pioneiros que a igreja encontraria sua segurança.

Em 1905, dez anos antes de sua morte, Ellen White deixou claro que nada daquilo que a igreja(Igreja Adventista dok 7º Dia - IASD) naquele momento aceitava ser a verdade, deveria ser descartado e entre as crenças da igreja neste momento, estava o anti-trinitarianismo do pioneiros.  

Termo Elohim. O pastor-professor discorreu sobre o nome hebraico usado no antigo testamento para Deus sob o seguinte prisma: ele não é uma prova para a pluralidade da divindade, mas pode ser uma evidência.

O que o doutor não disse e que a grande maioria dos especialistas no assunto, língua hebraica antiga, enxergam no termo apenas uma menção aos atributos divinos de Deus - onipotência, onipresença, oniciência e imortalidade - e jamais  uma pluralidade de pessoas.  Compartilham da visão de atributos divinos, inclusive os autores do Comentário Bíblico Adventista.  Sabendo da divergência que existe entre os estudiosos em  relação ao assunto, é estranho que um homem com a formação acadêmica do Dr. Timm, tenha deixado os membros reunidos da igreja do Pq Marabá, saírem de lá com a idéia de que a termo Elohim seja uma "evidência" da pluralidade das pessoas divinas. 

O batismo em nome de Jesus. Para o referido Dr., o batismo em nome de Jesus, e só em nome de Jesus que o livro de Atos apresenta, se explica pelo seguinte motivo: quem estava sendo batizado eram os judeus e os judeus já criam no Pai a quem eles reconheciam como Deus. Isto posto, o que faltava aos judeus era a aceitação de Cristo e por esse motivo, eles foram batizados em nome do Filho apenas. A crença anterior do judeus no Pai, eliminava a necessidade do batismo em nome da trindade, já que apenas o Filho eles deveriam agora aceitar. Com a aceitação do Filho, imediatamente eram batizados pelo Espírito Santo e assim, a trindade estava realizada na vida dos judeus conversos.

O pastor-doutor também considerou que a Bíblia apresenta em Atos apenas alguns entre os muitos batismos que os discípulos realizaram e que possivelmente muitos outros tenham sido realizados em nome da trindade.

O argumento do pastor não se sustenta a partir da percepção de que algumas das pessoas que são mostradas sendo batizadas, não eram judias e mesmo assim, não foram batizadas em nome da trindade. O viajante etíope batizado por Felipe não era judeu, não tinha a mesma fé dos judeus, por isso deveria ser batizado, segundo o raciocínio do Dr. Timm, em nome da trindade.

O doutor também afirmou que muitos outros batismos não registrados no texto bíblico, provavelmente foram feitos em nome da trindade. Certamente isso mostra que o mestre de pastores raciocinou em cima do que não está escrito. Em cima do que não está escrito, não podemos fundamentar nenhuma crença. O que está escrito é que a prática batismal do discípulos colocava o nome de Cristo em evidência e não  era praticado por eles um batismo triúno.

(Essa é uma primeira parte das considerações sobre a palestra do Dr. Timm. Logo enviarei uma segunda parte.) -- Elpídio da Cruz Silva(Adaptado).

Resumo de Palestra Trinitariana do Prof. Alberto Timm - 2ª Parte.

Ausência da trindade no Antigo Testamento:  Para o Dr. Timm, a trindade não aparece no Antigo Testamento devido a condição peculiar do povo de Deus entre as nações pagãs e a existência mesmo entre o povo de Israel, de um forte sentimento politeísta.  

Segundo o Dr. Timm, cercado por nações pagãs, o povo de Deus não poderia ser exposto a um conhecimento que pudesse fazê-lo se confundir em sua compreensão de Deus. Para o referido doutor, caso o povo de Israel fosse exposto ao conhecimento trinitariano, ele correria o risco de colocar  o deus triúno em uma concepção politeísta.  

Para impedir que o povo confundisse trindade com politeísmo, foi que Deus não revelou claramente aos Patriarcas o trinitarianismo.   

O Dr. Alberto Timm reconhece a carga politeísta no dogma trinitariano e que essa carga politeísta foi o motivo que, segundo ele, Deus não mostrou aos israelitas a Doutrina da Trindade.   

Acredito que se Deus quisesse dar ao mundo a idéia trinitariana, o momento mais oportuno foi quando os israelitas saíram do egito. Nesse momento, cheios de influência pagã, o povo de Deus não teria nenhum problema para aceitar a idéia de um deus em três pessoas.  

Se era para o povo crer em três pessoas divinas, possuidores individuais dos atributos da divindade, o momento certo era aquele  e, se Deus não aproveitou o momento, seu povo, os israelitas, nunca mais puderam crer em um deus triúno.  

Ao saírem do cativeiro babilônico, a idéia de um Deus único, a crença monoteísta já estava tão sedimentada que o povo de Israel até hoje não consegue acreditar em Deus como uma trindade.  Caso a o argumento do Dr. Timm seja verdadeiro, podemos seguramente afirmar que Deus, para com o povo de Israel, deixou passar o tempo oportuno.  

Sendo o Espírito Santo ao mesmo tempo espírito do Pai e do Filho, como Cristo poderia enviar a si mesmo? Essa pergunta foi feita pelo Dr. Timm aos presentes na palestra e teve como base o que o irmão Ricardo Nicotra escreveu em seu livro "Eu e o Pai somos um". Sem entrar no mérito dessa questão, se o Espírito Santo é ao mesmo tempo o espírito do Pai e do Filho, a pergunta do Dr. Timm pode ser feita com mais propriedade ainda, ao dogma trinitariano.   

Segundo os trinitarianos, Deus é "uma unidade de três pessoas coeternas". Então pergunto: Quando "Deus amou o mundo de tal que deu seu Filho Unigênito", o termo Deus que aparece em S. João 3:16 se refere ao Pai ou a trindade?   

Caso se refira a trindade, explique-me como é que Cristo, sendo uma das partes do deus triúno, pode ser Filho de si mesmo?  

Explique-me também como Cristo sendo parte do deus triúno, pode ser mediador entre nós e si mesmo, quando a Bíblia diz que "há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem" ? Se for possível, também quero explicação para entender o que Jesus queria dizer quando  disse: "Vou para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus"? Será que ele queria dizer: "Vou para mim mesmo e eu mesmo sou meu Deus"? Acho que o Dr. Timm não anda refletindo no que diz.  

Ausência da palavra trindade na Bíblia: O douto palestrante afirmou que o fato da palavra trindade não aparecer na Bíblia, não é elemento suficiente para não aceitarmos a doutrina trinitariana. Concordo com o Dr. Timm. Ele disse que nós devemos procurar não a palavra, mas o conceito da palavra na Bíblia. Qual é o conceito da palavra trindade? O conceito da palavra trindade diz  que "Deus é uma unidade de três pessoas coeternas".

O Dr. Timm faria um imenso favor aos leigos se ele nos mostrasse onde na Bíblia existe um texto que traga esse conceito. Ele mandou os presentes procurarem o conceito na Bíblia, mas não indicou nenhuma passagem escriturística. Digo passagem que traga o conceito e não passagem que mencione o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Que o Pai, o Filho e o Espírito Santo são mencionados na Bíblia, todos nós sabemos. O que queremos é uma passagem  que esteja fazendo a união dos três e tornando-os um único Deus.  

Trindade e a doutrina do santuário: O douto teólogo afirmou que a negação da trindade tem implicações na doutrina do santuário. Ele só não explicou quais implicações. A única implicação que a negação da Doutrina da Trindade tem com a doutrina do santuário é que ao negarmos o dogma trinitariano, estamos preservando a integridade da doutrina do santuário.  

Todos sabemos que no santuário aconteceu a apresentação sacrifício de Cristo perante o Pai e que Cristo ministra hoje em nosso favor perante o Deus Todo-poderoso.

Se Deus é uma trindade, então Cristo faz mediação perante si mesmo. Se Deus é uma trindade, a lei que é também de Cristo é que foi transgredida e então Cristo é um mediador em causa própria. Se Deus é uma trindade, então Cristo está oferecendo seu sacrifício perante si mesmo. Se Deus é uma trindade, então o santuário é uma farsa e  o seu ritual  não passa  de encenação teatral.

Se Deus é uma trindade, então Cristo não é "o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo" e muito menos "Deus amou o mundo do tal maneira que Deus seu Filho unigênito" para morrer pelos nossos pecados. Se Deus é uma trindade, então não existe Pai, não existe Filho e não existe amor. O que existe é apenas encenação.Pensem nisso e procurem compreender a palestra do Dr. Timm nas entrelinhas. A verdade muitas vezes está nas entrelinhas daquilo que falamos e escrevemos. -- Elpídio da Cruz Silva(adaptado).

 

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