Através
deste compêndio, buscamos na História, localizar ONDE, QUANDO, e
QUEM instituiu o dogma da santíssima trindade, em substituição
ao Deus-uno que a Bíblia ensina e a Seu único Filho. As obras
citas ou copiadas, estão informadas logo após a citação, para
facilitar ao leitor saber a verdadeira origem e quais são as
mesmas. O Texto entre aspas “ ” são a citação, sendo que os
comentários estão sem aspas. Nas citações, o negrito e
o sublinhado não constam nos originais.
Vamos
aos fatos históricos:
A
PATRÍSTICA E OS PADRES DA IGREJA
“Patrística
foi o nome dado ao pensamento cristão do II ao III século, até
o começo da filosofia eclesiástica, que vai do século IV ao século
IX. Ela recebeu esse nome (patrística) porque representa o
pensamento dos padres da igreja, que construíram a teologia católica”
(História da Filosofia – Padovani e Castanhola, Ed.
Melhoramentos, pg 147).
“A primeira síntese doutrinal antecessora do credo,
surgiu só no III século, como os padres alexandrinos e
africanos: Orígenes, Tertuliano, Gregório e Naziazeno”
(Idem pág 149) “A patrística agostiniana, no século IV,
surgiu em conseqüência da necessidade de se defender a igreja
dos ataques arianos” (Idem pág 153)
A PRIMEIRA OBRA EM DEFESA DA TRINDADE
“Tertuliano
(150-230) é o criador da língua latina cristã”
(História de Roma – Ed. Vozes,pg 371). Como criador da língua,
ele cunhou o termo trindade, para expressar uma idéia bizarra
para dar ar de mistério a sua invencionice. A primeira obra
que cita a trindade e faz apologia da mesma, é sua obra, chamada
de “TRATADO DE PRAXEAM”, onde “Tertuliano
expõe em linguagem vigorosa, firme e clara, a doutrina sobre a
santíssima trindade. Desvia-se porém da
ortodoxia, quando se perde em especulações individuais”
(História de Roma – Ed. Vozes,pg 371,372).
Tertuliano
lançou assim, em seu tratado, a criação da palavra, do
significado controverso dela, e o primeiro marco da introdução
da trindade no cristianismo. Sua obra foi muito questionada pelos
padres da época.
O PRIMEIRO CONCÍLIO ECUMÊNICO
“Constantino
resolveu convocar o I Concílio ecumênico, isto é, universal, da
igreja. Convidou todos os bispos a se reunirem em Nicéia e
promoveu fundos para os gastos. Compareceram 318 bispos de várias
partes, mostrando como já estava desenvolvida a igreja. No dizer
de Duran, Ário reafirmou seu conceito de que Jesus Cristo era um
ser ‘criado’, ‘divino’ por participação, mas não igual
ao pai. Hábeis argumentos o levaram a admitir que se cristo fosse
criatura e tivesse um começo, nesse caso podia mudar, e se podia
mudar, podia passar da virtude para o vício. As respostas foram lógicas,
honestas e lúcidas. Atanásio, o eloqüente e
belicoso, que o bispo Alexandre trouxe com uma espada teológica
tornou claro que ‘se o cristo e o espírito santo não eram da
mesma substancia que o pai, então o politeísmo triunfaria.
Ele (Atanásio) admitiu a dificuldade de representar três pessoas
distintas em uma só, mas argumentou que a razão deve-se curvar
diante do mistério da trindade.” (Historia da Civilização
– 3ª Parte, “De César à Cristo”, pág 361). Atanásio
temia o politeísmo e então como meio de “defender” o
cristianismo, introduziu-o dentro o cristianismo o politeísmo.
“Para
a igreja, porém, o ponto de ‘consubstanciação’ contra mera
similaridade do pai e do filho, era vital tanto a luz da teologia
quanto da política: se cristo não era deus, toda a estrutura da
igreja estaria ameaçada e se fosse permitido aos cristãos
duvidarem desse ponto, a confusão poderia destruir a unidade da
igreja; portanto, o seu valor como suporte para o estado”
(Historia da Civilização – 3ª Parte, “De César à
Cristo”, pág 361). Notemos que havia mais interesses políticos
em jogos que a busca da verdadeira doutrina bíblica de Deus.
AS DELIBERAÇÕES DO CONCÍLIO E O
CREDO NICENO
Até o
concílio de Nicéia (Ao contrário do Sínodo, pois o sínodo é
regional, e o Concílio é mundial – mesmo que não compareça
representantes de todo mundo) não havia uma filosofia nem
disciplina eclesiástica definida quanto à páscoa, ao repouso
dominical e nem tão pouco sobre o trinitarismo-unitarismo. No
“Concílio de Nicéias, em 325, se confirmou o
domingo como dia do senhor, homenageando a ressurreição de
Cristo”, “a santíssima trindade como conceito de Deus,
a comemoração do natal em 25 de dezembro”, e “a páscoa
no 1º domingo de lua cheia da primavera” (Caderno Vozes nº
50 pg 41, Editora Vozes).
Além
das deliberações acima citadas, impostas por Constantino á
igreja em Nicéia, Constantino também mandou lavrar o credo
conforme seu entendimento, que,originalmente dizia:
“ ‘Creio
em um Deus, o pai, todo poderoso, que fez todas as coisas (...) e
em um só senhor, Jesus Cristo, o filho de Deus, gerado (...) mas
não feito, sendo da mesma substancia que o pai (...) que desceu e
se fez carne, se fez homem, sofreu (...) ali desceu aos infernos
para pregar aos mortos (...) levantou-se de novo no terceiro dia,
subiu ao céu e julgará os vivos e os mortos (...) e também no
espírito santo.’ Esse credo original é diferente do credo hoje
em uso, foi feito revisão em 362 e em 381.” (Historia da
Civilização – 3ª Parte, “De César à Cristo”, pág 362).
Apesar de Constantino ter legislado na igreja, a união
da igreja e do estado ainda não estava completamente
sacramentada. Mas desde o momento que Constantino impôs seu
credo, perseguições começaram a se levantar contra os que não
o aceitavam.
Quando
Constantino se mudou para Bizâncio e a batizou com seu nome,
Constantinopla, “foi um duro golpe para a igreja romana.
Infelizmente, do ponto de vista de Roma, o vitorioso era a seita
dos arianos”. “Isto dividiu a igreja e grande parte dela, no
oriente, preferiu seguir o imperador” e o seu credo.
Da época
do apostolo Paulo até a época de Constantino, os cristão foram
perseguidos por que Guardavam o sábado, não seguia as trindades
pagãs e nem eram politeístas, não existia a trindade cristã, não
comemoravam o natal e nem datas natalícias. Até o ano de 303
foram decretados quatro Editos contra os cristãos (Historia de
Roma – Editora Vozes pág 342).
A CONVERSÃO DE CONSTANTINO E A UNIÃO
DA IGREJA COM O ESTADO
“Em
311, em um Edito inesperado, que traz o nome de Galério Licínio
e Constantino, sustou a perseguição. O Edito de Milão em 313 pôs
fim a perseguição dos cristãos” (idem pág 346).
“Constantino
se converteu a um cristianismo ambíguo e só foi batizado ás
portas da morte”. “A iconografia, ou ilustrações
por imagens partiu de Constantino”, “que consolidou o símbolo
do peixe”, e “das imagens” (Idem pág 363).
“Apesar
de Constantino ter promulgado ter promulgado o credo de Nicéia”
(Caderno Vozes n. 50,pg 41 – Editora Vozes) “esperou
até o fim de sua vida, quando não tinha mais forças para pecar,
para ser batizado” (Vida Sexual dos Papas, pg 30)
“A
organização e sobrevivência da igreja requeria certas rigidez
de doutrina, e valorizou aquela unidade fundamental da fé, que
iria dar a igreja medieval o nome de católica, isto é,
universal”. “Fornou por meio de Constantino as alianças do
imperador com a fé triunfante”. “Uma nova civilização
baseada em uma nova religião, iria agora se reerguer das ruínas
de uma cultura exausta e de um credo morimbundo, começava a idade
média” (Historia da Civilização – 3ª Parte, “De César
à Cristo”, pág 362).
O
estado passou a se subordinar a igreja e a igreja ao estado,
impondo as crenças em que a população poderia crer. “Em
386, em Trier, Alemanha, os bispos executaram Priscillian e seus
seguidores por duvidarem da trindade”. “Em 550 o imperador
Justiniano matou multidões de cristãos dissidentes para impor
sua ortodoxia cristã (Perseguições Religiosas – Ediouro
– pág 53).
Foi “em
380, o imperador Teodósio proclama oficialmente o cristianismo
como a única religião do estado. Em 12 anos todos os outros
cultos diferentes do católico são definitivamente proibidos”
(Lado negro do Cristianismo).
Mas foi
somente no governo de Justiniano, que governou de 527 a 565, que
foi acumulada a função de Chefe de Governo e chefe da igreja,
essa união recebeu o nome de “Cesaropapismo”. Justiniano
instituiu assim o papado, onde figurava como bispo principal e
chefe tanto do Estado quando da igreja. Atualmente o papa Bento
XVI também acumula essas funções, oriundas de Justiniano.
(Historia Geral – Antonio Pacheco e Pedro Bastos,pg 46).
Como
podemos observar, o dogma da trindade foi arquitetado por
TERTULIANO em seu ADVERSUS PRAXEAM, foi defendido por ATANÁSIO, e
foi instituído por CONSTANTINO.
CONSTANTINO
não arquitetou o dogma da santíssima trindade, mas o implantou
no seu império. TERTULIANO INVENTOU, ATANÁSIO DEFENDEU E
CONSTANTINO OBRIGOU OS CRISTÃOS A ACREDITAM NESSE DOGMA.
Essa
trindade de homens, sob o comando de Satanás, perverteu o
cristianismo e abriu as portas para que Justiniano, em 527,
instituísse o papado e se tornasse o primeiro papa com poderes
ilimitados no âmbito civil e religioso, sem precisar de consultar
nenhum governo para impor seus dogmas.
AS IMPLICAÇÕES NA VIDA PRÁTICA
Como
ficou mostrado, o dogma da santíssima trindade foi criado pelo
padre Tertuliano, que pela primeira vez o cita em sua obra. Foi
Advogado por Atanásio (que quando apertado, alegou que a razão
deveria se curvar ao mistério da santíssima trindade – pois
tinha o apoio de Constantino), e foi oficialmente decretado por
Constantino. Foram feitas algumas alterações no credo de
Constantino, mas o ponto é que Constantino também mudou outras
doutrinas cristãs e preparou o terreno para a igreja mudar também.
Dentre as
principais mudanças feitas por Constantino, destacamos:
·
Substituição do Sábado para o Domingo;
· Instituição
de comemorar o Natal em 25 de dezembro;
· Aplicação
do dogma da santíssima trindade, feito por Tertuliano e defendido
por Atanásio;
· Invenção
do pecado original, e conseqüente batismo de Crianças;
· Santificação
de feriados religiosos, em homenagem a pessoas e eventos;
· Santificação
de pessoas que foram perseguidas e mortas pelo império romano,
abrindo as portas para Roma cristã adorar santos.
· Criação
de intermediário entre Deus e os homens, com a inclusão dos
padres e dos santos.
Convém salientar que Constantino foi peça chave para a
criação da igreja católica, tanto política quando
religiosamente.
E agora, o que fazer?
Como única referencia bíblica deste estudo histórico
sobre o dogma da santíssima trindade, vejamos o que diz Mateus
15:08-09
“Este povo honra-me com os lábios; o seu
coração, porém, está longe de mim. Mas em vão me adoram,
ensinando doutrinas que são preceitos de homem.”
Que possamos adorar ao nosso Deus, único e mantenedor do
Universo, e a seu único filho, Jesus Cristo, mantendo a comunhão
Do espírito Santo. Não três deuses, mas um Deus e seu filho
unigênito. Que deixemos de lado esse deus trindade, criado por
uma trindade de homens – Tertuliano, Atanásio e Constantino
– e nos firmamos no Deus vivo.
Misael Malagoli
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