O CONCÍLIO DE NICÉIA
325 D.C – É realizado
o Concílio de Nicéia, província de Anatólia, na Turquia. Primeiro
Concílio Ecumênico da Igreja, convocado pelo Imperador Constantino.
Trezentos Bispos se reúnem para condenar o Arianismo – heresia que
nega a Divindade de Jesus Cristo.
O momento decisivo sobre a doutrina da Trindade ocorreu neste Concílio,
quando a igreja rejeitou a idéia ariana de que Jesus era a primeira e
mais nobre criatura de Deus, e afirmou que Ele era da mesma
"substância" ou "essência" (isto é, a mesma
entidade existente) do Pai. Assim, há somente um Deus, não dois; a
distância entre Pai e Filho está dentro da unidade divina, e o Filho
é Deus no mesmo sentido em que o Pai o é. Dizendo que o Filho e o Pai
são "de uma substância", e que o Filho é "gerado"
("único gerado, ou unigênito", João 1. 14,18; 3. 16,18, e
notas ao texto da NVI), mas "não feito", o Credo Niceno, sem
equívocos, reconhece a deidade do homem da Galiléia.
OS
LIVROS RETIRADOS DAS SANTAS ESCRITURAS
Os quatro evangelhos canônicos, que se acredita terem sido inspirados pelo Espírito Santo, não eram aceitos como tais no
início da Igreja. O bispo de Lyon, Irineu, explica os pitorescos
critérios utilizados na escolha dos quatro evangelhos ( reparem na fragilidade dos argumentos...) : "O evangelho é a
coluna da Igreja, a Igreja está espalhada por todo o mundo, o mundo tem
quatro regiões, e convém, portanto, que haja também quatro
evangelhos. O evangelho é o sopro do vento divino da vida para os
homens, e pois, como há quatro ventos cardiais, daí a necessidade de
quatro evangelhos. (...) O Verbo criador do Universo reina e brilha
sobre os querubins, os querubins têm quatro formas, eis porque o Verbo
nos obsequiou com quatro evangelhos".
As versões sobre como se deu a separação entre os evangelhos
canônicos e apócrifos, durante o Concílio de Nicéia no ano 325 D.C,
são também singulares. Uma das versões diz que estando os bispos em
oração, os evangelhos inspirados foram
depositar-se no altar por si só !!! ... Uma outra versão informa
que todos os evangelhos foram colocados por sobre o altar, e os
apócrifos caíram no chão... Uma terceira versão afirma que o
Espírito Santo entrou no recinto do Concílio em forma de pomba,
através de uma vidraça (sem quebrá-la), e foi pousando no ombro
direito de cada bispo, cochichando
nos ouvidos deles os evangelhos inspirados...
A Bíblia como um todo, aliás,
não apresentou sempre a forma como é hoje conhecida. Vários
textos, chamados hoje de "apócrifos", figuravam anteriormente
na Bíblia, em contraposição aos canônicos reconhecidos pela Igreja.
Segundo o Dicionário Aurélio, o termo Apócrifos
significa :
"Entre os Católicos, Apócrifos eram os Escritos de assuntos
sagrados que não foram incluídos pela Igreja no Cânon das Escrituras
autênticas e divinamente
inspiradas ". ( destaque nosso ).
Obs - Note que o próprio
Dicionário Aurélio registra a expressão : "
divinamente inspiradas ". Por que será ?
Maria Helena de Oliveira Tricca, compiladora da obra Apócrifos, Os
Proscritos da Bíblia, diz: "Muitos
dos chamados textos apócrifos já fizeram parte da Bíblia, mas ao
longo dos sucessivos concílios acabaram sendo eliminados. Houve os
que depois viriam a ser beneficiados por uma reconsideração e
tornariam a partilhar a Bíblia. Exemplos : O Livro da Sabedoria,
atribuído a Salomão, o Eclesiástico ou Sirac, as Odes de Salomão, o
Tobit ou Livro de Tobias, o Livro dos Macabeus e outros mais. A
maioria ficou definitivamente fora, como o famoso Livro de Enoch, o
Livro da Ascensão de Isaías e os Livros III e IV dos Macabeus."
Perguntamos : Quais foram os motivos para excluir esses Livros das
Santas Escrituras definitivamente ? Será que os "santos
padres" daquela época se achavam superiores aos Apóstolos e
mártires que vivenciaram de perto os acontecimentos relacionados a
Cristo e ao judaísmo ? De que poder esses mesmos "santos
padres" se revestiam a ponto de afirmarem que alguns Textos
Evangélicos não
representavam os ensinamentos e a Palavra de Deus ?
Visando maiores esclarecimentos, sugerimos, para aqueles que desejam
aprofundar-se no assunto, uma leitura dos Livros que tratam com mais
detalhe esse tema, os quais podem ser encontrados no Site Submarino ( Parte 1 <foto1.html> e Parte 2 <foto2.html> ).
Existem mais de 60 evangelhos apócrifos, como os de Tomé, de Pedro, de
Felipe, de Tiago, dos Hebreus, dos Nazarenos, dos Doze, dos Setenta,
etc. Foi um bispo quem escolheu, no século IV, os 27 textos do atual
Novo Testamento. Em relação ao Antigo Testamento, o problema só foi
definitivamente resolvido no ano de 1546, durante o Concílio de Trento.
Depois de muita controvérsia, acalorados debates e até luta física
entre os participantes, o
Concílio decretou que os livros 1 e 2 de Esdras e a Oração de
Manassés sairiam da Bíblia. Em compensação, alguns textos
apócrifos foram incorporados aos livros canônicos, como o livro de
Judite (acrescido em Ester), os livros do Dragão e do Cântico dos
Três Santos Filhos (acrescidos em Daniel) e o livro de Baruque
(contendo a Epístola de Jeremias).
Os católicos não foram unânimes quanto a inspiração divina nesses
livros. No Concílio de Trento houve luta corporal quando este assunto
foi tratado. Lorraine Boetner ( in Catolicismo Romano ) cita o seguinte
: " O papa Gregório, o grande, declarou que primeiro Macabeus, um
livro apócrifo, não é canônico. O cardeal Ximenes, em sua Bíblia
poliglota, exatamente antes do Concílio de Trento, exclui os apócrifos
e sua obra foi aprovada pelo papa Leão X. Será que estes papas se
enganaram ? Se eles estavam certos, a decisão do Concílio de Trento
estava errada. Se eles estavam errados, onde fica a infalibilidade do
papa como mestre da doutrina ? "
No inicio do cristianismo, os evangelhos eram em número de 315, sendo
posteriormente reduzidos para 4, no Concílio de Nicéia. Tal número,
indica perfeitamente as várias formas de interpretação local das
crenças religiosas da orla mediterrânea, acerca da idéia messiânica
lançada pelos sacerdotes judeus. Sem dúvida, este fato deve ter levado
Irineu a escrever o seguinte: " Há apenas 4 Evangelhos, nem mais
um, nem menos um, e que só pessoas de espírito leviano, os ignorantes
e os insolentes é que andam falseando a verdade ". Disse isso,
mesmo diante dos acontecimentos acima relatados e que eram de
conhecimento geral.
Havia então, os Evangelhos dos Naziazenos, dos Judeus, dos Egípcios,
dos Ebionistas, o de Pedro, o de Barnabé, entre outros, 03 dos quais foram queimados, restando apenas os 4
"sorteados" e oficializados no Concílio de Nicéia.
Celso, erudito romano, contemporâneo de Irineu, entre os anos 170 e 180
D.C, disse: "Certos fiéis
modificaram o primeiro texto dos Evangelhos, três, quatro e mais vezes,
para poder assim subtraí-los às refutações".
Foi necessária uma cuidadosa triagem de todos eles, visando retirar as
divergências mais acentuadas, sendo adotada a de Hesíquies, de
Alexandria; e de Pânfilo, de Cesaréía e a de Luciano, de Antióquia.
Mesmo assim, só na de Luciano existem 3.500 passagens redigidas
diferentemente. Disso resulta que, mesmo para os Padres da Igreja, os Evangelhos não
são fonte segura e original.
Os Evangelhos que trazem a palavra "segundo", que em grego é
"cata", não vieram diretamente dos pretensos evangelistas.
A discutível origem dos Evangelhos, explica porque os documentos mais
antigos não fazem referência à vida terrena de Jesus.
Não é razoável supor que uma
"palavra divina" possa ser alterada assim tão fácil e
impunemente por mãos humanas. Que fique na dependência de ser julgada
boa ou má por juízes e dignitários eclesiásticos.
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