![]() QUE REINO É ESTE? INTRODUÇÃO (O referido artigo é de resposabilidade única de seus respectivos autores) Cremos que existem pessoas nesta igreja pessoas que serão salvas e abençoadas por Deus. Entretanto, como servo de Deus, não posso me calar diante de tantos abusos e desrespeitos contra a Igreja de Jesus, a qual não é uma determinada denominação, mas um povo que se chama pelo nome do Senhor. Não posso me assentar em um trono de juiz para julgar se uma obra é de Deus ou não. Meu alerta, nesse estudo, é para que a referida denominação não entre pelo mesmo caminho. As minhas observações serão feitas com bases no que eu mesmo tenho observado nesta denominação e o que tem sido vinculado pelos meios de comunicação. Alguns me disseram que tanger comentários negativos contra a referida seria pecado, pois só uma obra de Deus cresce tanto. A minha pergunta é a seguinte: Toda religião que cresce é de Deus? E os centros de macumbas são de Deus? Eles têem crescido. E o espiritismo moderno que tem se alastrado pelo mundo afora, é de Deus? E o que dizer do crescimento dos muçulmanos? Nem tudo que cresce pode ser definido como de Deus. Só que não estamos colocando a “Universal” no mesmo patamar das religiões citadas, mas tentando mostrar que obras de Deus tornaram-se malignas e que há muitas seitas que também estão crescendo. Acredito que, se alguém não tiver coragem de exortá-los, eles se tornarão como outras obras que começaram bem, mas terminaram na carne (Gl.3:3). Não estamos escrevendo este artigo para ser o tal que irá repreendê-los, mas para abrir os olhos de nossos irmãos. João Flávio MartinezSegue abaixo uma relação de motivos que, de acordo com a Palavra de Deus, nos deixa preocupados com esta denominação: SECTARISMO Sectarismo significa: partidarismo ou espírito de seita (dicionário Língua Portuguesa – Carvalho). Observamos esse partidarismo quando um membro sai da sua denominação, as vezes excluído, e vai para “Universal”, não há a preocupação em saber do estado que aquela pessoa saiu de sua igreja e muito menos mandam a pessoa voltar lá e se consertar, obedecendo assim a determinação da Bíblia (Ap.2:5). Convidam descaradamente membros de outras denominações para participarem dos seus cultos. Outro dia, ouvia um programa de rádio e o pastor dizia: “Meu amigo e minha amiga venha à “Universal” não importa qual seja a religião; católico, espírita, macumbeiro ou até mesmo evangélico. É isso mesmo meu amigo e minha amiga, você que tem freqüentado até mesmo uma igreja evangélica e a sua vida não tem mudado (falava isso como que se a culpa fosse da outra igreja evangélica) vem para a Universal que nós garantimos que a sua vida vai mudar”. Veja, isso passa e extrapola a casa do sectarismo e chega a ser proselitismo. Se isso não é falta de respeito com os demais eu não sei mais o que seria ética. CONVERSAS COM OS DEMÔNIOS A Bíblia é clara, o Diabo e seus demônios são mentirosos e neles não há verdade (Jo.8:44) e que nos últimos dias, alguns religiosos, dariam ouvidos a espíritos de demônios. Leiamos: “Mas o Espírito expressamente diz que em tempos posteriores alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios”. (ITm4:1) “Mas Jesus o repreendeu ( o demônio), dizendo: Cala-te, e sai dele”.(Mc.1:25) Ficar conversando com demônios não é recomendável e nem neo-testamentário. Há sempre o perigo de estarmos sendo enganados pelo inimigo. Veja, o próprio Senhor Jesus não dava lado para esses espíritos imundos e os mandava sair logo de uma vez. Quando oramos pela libertação de uma pessoa quanto mais rápido melhor. Devemos entender que para o possesso aquela situação é constrangedora e sofrível. O que vemos, entretanto na prática, é muito triste. Pessoas sendo arrastadas por corredores enormes e as vezes até de joelhos, iniciando assim o diálogo com o demônio. Nesse período a pessoa fica cansada e até machucada pela luta corporal que acontece. Muitas vezes tudo isso poderia ser resolvido com o uso de uma frase determinada pelo pastor, que é: “Deixai-o em o nome de Jesus”(Mc.16:17) e pronto, o sofrimento terminaria. Fico pensando como fica a pessoa possessa diante da família e dos amigos que vão com ela ou até mesmo assistem pela TV. Tudo isso poderia ser evitado com amor e carinho e sem abuso da autoridade que Deus nos dá, mas preferem o sensacionalismo. Muitos, dos que vão até lá, nem vão para ouvir a Palavra de Deus, mas para ver os demônios se manifestarem com se fosse um espetáculo. INVOCAÇÃO DE DEMÔNIOS Em seu culto o pastor muitas vezes passa a dizer: “Exu-caveira, pomba-gira, tranca-rua, venham aqui e se manifestem. Manifestem agora, saiam da encruzilhada e manifestem-se nesse corpo agora”. Eu comecei a sentir uma aproximação de algo ruim perto de mim e como sou serva de Deus e aprendi que todos os filhos de Deus tem autoridade, levantei as minhas mãos e disse que não aceitava aquilo na minha vida. De repente a mulher ao meu lado caiu possessa. Fiquei pensando que se eu não tivesse conhecimento da Palavra de Deus aquilo ia me pegar”. Quando ouvi esse testemunho de nossa irmã fui lá algumas vezes para ver se era assim e confirmei a história. A Bíblia nos mostra que devemos evitar o nome dessas entidades e procurarmos nem mencioná-los em nossas bocas. Leiamos: “Aqueles que escolhem a outros deuses terão as suas dores multiplicadas; eu não oferecerei as suas libações de sangue, nem tomarei os seus nomes nos meus lábios”.(Sl.16:4). O pior disso tudo é que isso é invocação a demônios praticado por centros de macumba e exorcismo (diferente de libertação, pois exorcismo é a manipulação de espíritos malignos). Veja o que fala, sobre este assunto, o Dr. Romero: “Em alguns círculos evangélicos, os pregadores da libertação chegam a instigar os demônios para que se manifestem, dando-lhes ordens como: “Comece a manifestar aí, Exu Tranca-rua, comece a manifestar, Exu Caveira”,(...) e uma lista de nomes de orixás da umbanda e do candomblé são mencionados. Parece até ser uma reunião de invocação aos demônios. Não vemos tal modelo na Bíblia. Nem Jesus nem os discípulos mandaram os demônios se manifestarem. As manifestações demoníacas na Bíblia foram espontâneas (veja: Mc.1:23,24: 3:11). A simples presença de Jesus era o bastante para que o inimigo se manifestasse. O mesmo acontecia com os discípulos. Quando esteve em Filipos, Paulo não mandou que o espírito que possuía uma jovem se manifestassem. Muito ao contrário, sentiu-se incomodado com as declarações e o demônio foi expulso (At.16:17-18). Basta a presença do Senhor na Igreja ou na vida do cristão para o inimigo ficar incomodado. O culto cristão deve ser centralizado no Senhor. O objetivo principal do povo de Deus ao se reunir é adorar a Deus em espírito e em verdade”. A ÊNFASE EXAGERADA SOBRE DOAÇÕES Gostaria de deixar claro que as doações são necessários. Essas contribuições são tiradas em todas as Igrejas que realmente crêem na Palavra de Deus. A “Universal” de maneira alguma erra em ensinar isso ao povo, entretanto tudo o que é em demasia foge do propósito e padrão divino (Ec.7:16). Certo pastor disse com razão que: “heresia não é totalmente uma mentira, mas um exagero da verdade”. Há, com certeza, fundamentos nessa afirmação fazendo com que nos preocupemos com nossas igrejas e seu nível espiritual. É como nos alimentarmos só com um tipo de comida, por melhor que ela seja, trará prejuízos a nossa saúde, ficaremos sem as vitaminas e proteínas necessárias. Certa feita foi dito por um dos líderes dessa igreja, algo parecido como: “Temos que saber tirar as ofertas, ou dá ou desce, mas tem que dá”. Suas reuniões, na maioria das vezes, se resumem na mensagem das “doações”. Devemos ensinar essas coisas sem se esquecer das demais. Veja o que o Senhor Jesus fala: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, e tendes omitido o que há de mais importante na lei, a saber, a justiça, a misericórdia e a fé; estas coisas, porém, devíeis fazer, sem omitir aquelas” (Mt.23:23). O Senhor mostra nesse versículo que não basta só pregarmos doações, temos que falar sobre a justiça, sobre a misericórdia e sobre a fé. Não basta termos uma igreja que só dízima, mas temos que ter uma Igreja santa (Ef.5:27) que conheça o juízo e exerça misericórdia com fé no seu coração. Espero que um dia, a referida igreja, consiga atingir todos os seus alvos e tenha temperança nessa área, pois Jesus está a porta e vem buscar a sua Igreja, pior do que a situação financeira do nosso país é o estado espiritual que nos encontramos. Que possamos nos levantar e espremermos a ferida do pecado que tanto nos assola e traz miséria. (Leia: Is.1; ITs.5:23; Heb.12:14). A CONFIANÇA EM AMULETOS Acreditamos que a fé das pessoas deve e tem que ser estimulada. Infelizmente, vemos que nessa tentativa a “Universal” está usando um sistema não ensinado pela Bíblia. Sistema este cuja a base é a troca da fé genuína, pela fé no visível e palpável. Somos conhecidos por crer no Deus invisível e não aceitar o palpável (Jo.20:29). Como aceitar essa doutrina dos amuletos? Cornetas, espadas, sal grosso, arruda, rosa, enxofre e muito mais. Isso tudo é inaceitável, visto não ter bases bíblicas e nunca ter sido praticado pela Igreja primitiva. Devemos ter em mente o nosso verdadeiro alvo, a fé viva em Cristo Jesus, invisível, mas real (ITm.1:17). “...fitando os olhos em Jesus, autor e consumador da nossa fé...”(Hb.12:2). Esse desvio de alvo tornou-se tão sério que as pessoas da “Universal” precisam quase sempre de um objeto para que sua fé funcione. Certo dia encontrei um irmão, amigo meu, que lá congregava. Nesse nosso encontro ele mostrou-me uma corneta e tocou bem forte. Após isso me perguntou: “Você sentiu?”. “Senti o que?”. “O poder” - disse ele. Demonstrei na minha fisionomia que não havia entendido nada e então ele explicou-me: “É uma corneta ungida e o pastor nos disse que tem poder, poder tão forte que expulsa até demônios.” Chocado eu lhe expliquei que só no nome de Jesus havia poder para tal(Mc.16:17) e que eu não sabia que a “Universal” estava dando aquilo para seus membros. Ele, um tanto chateado, disse: “Dando não, eu paguei cem reais!”. Depois dessa conversa, disse até logo e fui embora. Relatei esse fato para mostrar que se não for feito nada a coisa não vai ficar boa. Uma vez ou outra nos deparamos com estes amuletos dependurados nas casas dos seus membros. OVELHAS QUE NÃO CONHECEM SEU PASTOR As ovelhas da “Universal” não conhecem os seus pastores; como vivem, se são casados e vivem bem no casamento; onde moram e o que faziam antes... Enfim, as ovelhas desconhecem quem está ministrando. É vetado às suas ovelhas a mesma dedicação que os irmãos de Beréia tinham ao examinar aquilo que lhes era ministrado, isto é, quando o Apóstolo Paulo pregava aos irmãos na cidade de Beréia, eles tinham a liberdade de examinarem nas escrituras se estas coisas eram mesmo assim como era pregado (Atos 17:10 e 11). Isto inclui a vida moral e social que Paulo tinha, pois como crer na palavra de alguém que eu nem sei quem é? Não digo que deva se fazer uma investigação, chamar um detetive para saber da vida do pastor, mas tenho que saber pelo menos o básico. Essas ovelhas são como ovelhas que não têm pastor, pelo fato de não conhecê-los, pois a Palavra de Deus nos diz que “... a ovelha conhece o seu pastor” (Jo.10:4 e 14) .A “Universal”, mais poderia ser comparada a uma empresa, assim também como a um banco. Você reconhece que aquele homem, da mesa mais bonita, é o gerente. Sabe que o gerente esta ali para te ajudar, ainda que pensando no seu dinheiro e naquilo que você pode dar como lucro, só que você não o conhece além do balcão do banco. Será que é assim que a Igreja de Jesus deve ser pastoreada? Claro que não! Acreditamos que deve haver um relacionamento concreto entre as ovelhas e o pastor, pois foi isso que o Senhor Jesus, o supremo pastor, nos ensinou. Ainda assim afirmam que seus membros têm que se firmar na Igreja e não no pastor, tirando de si todo o compromisso pastoral. (Leia: Jr.3:15; Jo.10:4) ESCÂNDALOS (Escrito por Pr. Afonso Martins) “Jesus, porém, disse: Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não estás pensando nas coisas que são de Deus, mas sim nas que são dos homens” (Mt.16:23). Temos visto inúmeros escândalos que deturpam e envergonham o nome do Senhor Jesus, é claro que os servos de DEUS são perseguidos e injuriados, mas seria ridículo usar desta desculpa para encobrir os escândalos. No Congresso Nacional surgiu o pedido de CPI para investigar como a “Universal” se enriqueceu. Estima-se que seu faturamento gira em torno de 800 milhões de dólares, são comparados a uma empresa de grande porte como Pirelli e Alcoa (Veja - Ano 28/N 43). O ex-pastor Carlos Magno, afirmou que chegou a receber cerca de 40 mil dólares por mês por bonificações geradas pelas igrejas de sua responsabilidade, e podem receber algo em torno de R$ 5 mil por mês, mais percentual de acordo com o crescimento das ofertas. E aqueles que conseguem aumentar a arrecadação utilizando-se de várias campanhas, passam a ter seu trabalho recompensado também com aparições em programas de Rádio e TV (Vinde - Ano 3/n33). Tudo isto nos dá a entender que, para se crescer como pastor nesta denominação tem que se produzir, mas produzir o quê? Ovelhas? Não!, dinheiro mesmo, e muito dinheiro ! O ex-pastor Mário Justino, desta Igreja, recebeu asilo político do governo dos EUA, ao declarar-se ameaçado pela cúpula da denominação, ele escreveu o livro NOS BASTIDORES DO REINO fazendo graves denuncias contra líderes desta Igreja, inclusive escândalos sexuais e desvios de recursos oriundos das ofertas dos fiéis(Vinde). Um dos seus Bispos afirmou que o diabo é um sujeito barbudo, que fala com a língua presa e tem um dedo a menos numa das mãos, arrebentando contra o presidente Lula. É assim que devemos tratar as pessoas?(Ex-Revista Vinde) Você já notou como eles tem o poder de abafar aqueles que saíram do seu reino? Onde se encontram hoje o bispo Renato Suet , o bispo Ronaldo Didini, e muitos outros que deixaram aquele reino. E o escândalo do chute na imagem da Aparecida? E muitos outros escândalos que dia a dia surgem e atrapalham aqueles que querem fazer a obra com sinceridade. Leiamos: “Disse Jesus: É impossível que não venham escândalos, mas ai daquele por quem vierem! Melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho e fosse lançado ao mar, do que fazer tropeçar um destes pequeninos” (Lc.17:1,2). CONCLUSÃO Não queremos ser polêmicos, nem causar controvérsias, nem ferir alguém ou alguma instituição, mas apenas alertar os mais incautos. Apesar da IURD ser uma igreja com uma doutrina correta suas práticas deixam muito a desejar. Oramos para que Deus possa iluminar a liderança desta denominação para que possamos servir a Deus num espírito fraterno e humilde. O que não é o caso na referida igreja que possui um orgulho denominacional em detrimento as outras denominações. Que possamos unir nossas forças para ganharmos almas para o reino de Deus - o céu. Autores: João Flavio Martinez e Afonso Martins
IGREJA
UNIVERSAL DO REINO DE DEUS
INTRODUÇÃO Um dos fenômenos ocorridos na América Latina, e que tem chamado a atenção dos estudiosos no mundo todo, é o surgimento nas últimas duas décadas de novas igrejas pentecostais enfatizando a teologia da prosperidade e os ministérios de "libertação". Denominações inteiras têm surgido, e o crescimento do movimento, por vezes chamado de "neopentecostal", não mostra sinais de esmorecimento. Entre as que têm chamado a atenção mundial destaca-se a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), surgida em 1977 sob a liderança de Edir Macedo, que por sua vez, havia pertencido a outra denominação neopentecostal, Nova Vida, no Rio de Janeiro. O crescimento rápido da IURD colocou em evidência suas práticas ministeriais e litúrgicas controvertidas, bem como seus ensinos polêmicos, levantando questões de cunho teológico e prático entre as denominações evangélicas históricas, organizações religiosas, e mesmo a imprensa secular. O número de brasileiros que professa pertencer à IURD é de mais de três milhões. Não poucos destes, após abandonarem a IURD por motivos vários, têm procurado ingressar nas igrejas históricas, entre elas, igrejas presbiterianas. Esse fato tem criado problemas de ordem doutrinária e prática para os conselhos dessas igrejas. Método de Trabalho A pergunta central, da qual dependem as respostas para os problemas acima, e outros ainda, é: podemos considerar a IURD como parte da Igreja de Cristo neste mundo? Para responder a esta pergunta faz-se necessária a adoção de critérios claros que, segundo o nosso entendimento, estão expressos nas Escrituras como interpretados na Confissão de Fé de Westminster (CFW), em seu capítulo sobre a Igreja (capítulo 25). Assim, nossa abordagem será teológico-comparativa e não sociológica. Já existem estudos que procuram entender e avaliar a IURD do ponto de vista sociológico. Em nosso estudo comparativo analisaremos a IURD tanto em termos da sua credenda quanto da sua agenda. Ou seja, procuraremos responder à pergunta inicial abordando o que a IURD crê, e o que ela faz. Fontes utilizadas neste estudo Uma das maiores dificuldades em um estudo comparativo de teologia é exatamente achar as fontes primárias adequadas. A IURD não tem uma confissão de fé explícita e escrita. Obviamente, ela tem uma confissão de fé implícita, que é refletida nos escritos de seus líderes, nos artigos da Folha Universal (publicação oficial da denominação), nas palavras dos bispos e pastores nos programas de televisão e rádio assim como em reportagens e entrevistas a periódicos seculares. São estas fontes que usamos para reconstruir a credenda e a agenda da IURD. Mesmo assim, confessamos que, por vezes, é difícil afirmar com exatidão o que a IURD crê sobre um determinado aspecto ou prática, visto existirem informações conflitantes ou destoantes nessas fontes. Uma outra dificuldade para se conhecer a credenda iurdiana é a aversão que Edir Macedo (fundador e lider maior da IURD) tem pelo que entende ser "teologia". Em seu livro A Libertação da Teologia, ele procura desmoralizar todas as tentativas feitas pela Igreja Cristã, ao longo da sua existência, de compreender logicamente e sistematizar o ensino cristão como encontrado nas Escrituras. Afirma Macedo: Todas as formas e todos os ramos da teologia são fúteis. Não passam de emaranhados de idéias que nada dizem ao inculto; confundem os simples, e iludem os sábios. Nada acrescentam à fé. Num ambiente onde a formulação teológica é desprezada, é evidente que não há qualquer estímulo para que se sistematize e organize de forma lógica ou coerente aquilo que se crê. A ojeriza de Macedo, bem como a dos demais líderes da IURD, pela formulação teológica sistemática, tem deixado as portas abertas para a confusão, a incerteza, e a contradição que marcam suas fontes. Um exemplo da confusão teológica de Macedo é a dicotomia entre a Lei e o Evangelho, em que ele parece afirmar que a Escritura ensina dois caminhos de salvação, um pela Lei e outro pelo Evangelho. Outro exemplo: enquanto parece crer na condenação eterna dos ímpios, afirma no mesmo fôlego que "... todos os homens são de um mesmo sangue, e se destinam todos à eternidade em um Reino celeste". Macedo, obviamente, vê a IURD como parte de um pequeno setor da Igreja onde a "libertação" da teologia está ocorrendo. Seu livro A Libertação da Teologia, entretanto, demonstra que essa libertação ainda não ocorreu de fato: Macedo tem claramente seus próprios pressupostos, a sua própria teologia e seu sistema de pensamento. Este livro, eivado de erros históricos, exegéticos e teológicos, longe de demonstrar que a teologia é realmente perniciosa e desnecessária, demonstra como a falta do verdadeiro conhecimento dela produz homens arrogantes que pretendem possuir a "verdade" que permanecera oculta através dos séculos — um sinal característico de seita. A linguagem usada pelos protestantes históricos para referir-se a estes pontos está presente no ensino da IURD, embora nem sempre com o mesmo conteúdo. Isto é verdade especialmente no seu entendimento do conceito de salvação. No conceito iurdiano, salvação praticamente se identifica com libertação de males particulares, enquanto que conceitos bíblico-reformados como justificação, propiciação, expiação, e reconciliação com Deus estão, via de regra, ausentes, tanto na pregação quanto na praxis religiosa deles. Na denúncia da idolatria, tomados de zelo sem entendimento, alguns obreiros da IURD revelam falta de sabedoria em seus ataques, como no famoso episódio do "chute na santa". Também é verdade que, ao fim, terminam por adotar a nomenclatura e algumas das práticas espíritas. Entretanto, a condenação da idolatria e do espiritismo, comum às igrejas protestantes históricas no passado, tem sido retomada em alguma medida pela IURD. Ainda em comum com as igrejas protestantes históricas, a IURD é crítica com relação a algumas práticas pentecostais, como por exemplo, o conceito pentecostal de profecia, as reações físicas no contexto do batismo com o Espírito Santo (como quedas, tremores, etc.); a IURD critica ainda o movimento católico carismático, e o falar línguas estranhas como praticado em alguns segmentos pentecostais. É preciso observar que Macedo critica duramente os Reformadores e os que criaram uma "teologia protestante"; possivelmente, Macedo não consideraria a IURD como uma igreja protestante. Pontos em comum com os pentecostais Macedo parece considerar a IURD como sendo, além de evangélica, uma igreja pentecostal, ao inclui-la entre os 70% dos evangélicos que assim se denominam. A IURD tem crenças e práticas que a aproximam das igrejas pentecostais. Afinal, Edir Macedo foi membro de igreja pentecostal antes de iniciar a IURD em 1977. Macedo trouxe daí a crença no batismo com o Espírito Santo como uma segunda bênção, a prática das línguas, a cura divina, e particularmente a cosmologia pentecostal, que percebe o mal no mundo como resultado da atuação direta dos demônios. Ainda em comum com alguns segmentos pentecostais, Macedo nutre profundo desprezo pela teologia. Ele acusa os Pais da Igreja, os Reformadores, e os teólogos em geral, de terem desviado a Igreja do rumo certo, causando divisões e separação entre cristãos:
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