A
Origem do Metodismo
A Igreja Metodista teve seu início há mais de duzentos e
sessenta anos, na Inglaterra. Era uma época em que a sociedade
inglesa passava por rápidas transformações. Milhares de pessoas
saíam da zona rural que era controlada por grandes proprietários,
para procurar trabalho nas novas indústrias das cidades. Era um
época em que o povo vivia na miséria trabalhando longas horas e
só ganhando o mínimo necessário para sua sobrevivência. As
pessoas moravam em cortiços, sem as mínimas condições e não
tinham acesso a médicos quando ficavam doentes.
As crianças não iam à escola porque em geral trabalhavam para
ajudar seus pais. Havia grande número de viciados, especialmente
de alcoólicos. O povo estava frustrado e desiludido.
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A Igreja Anglicana era a igreja principal da época. Mas, não se
preocupava com o sofrimento do povo e estava acomodada na prática de
cultos alienados. Havia outras igrejas pequenas e grupos religiosos
promovendo a renovação, mas quase todas essas igrejas, se mantinham na
piedade individual, sem qualquer compromisso com a sociedade. As igrejas
tentavam salvar o indivíduo sem, entretanto, lutar por uma sociedade mais
justa.
Neste contexto de sofrimento do povo e de igrejas
alienadas, um jovem sacerdote chamado John Wesley teve sua vida
radicalmente mudada através de uma experiência religiosa (24 de maio de
1738). Sentindo-se amado por Deus, e desafiado a criar um movimento para
renovar a Igreja Anglicana ajudando as pessoas a conhecerem o amor de Deus
e a trabalharem por um mundo melhor. Através de pequenos grupos, John
Wesley organizou milhares de pessoas em equipes, procurando ser fiel a
Deus através de uma vida santificada.
John Wesley sentia que ser apenas convertido não era
suficiente. Para ser cristão verdadeiro, a pessoa precisava ter fé em
Cristo, sentir o amor de Deus e por em prática essa fé. Por isso, desde
o começo os Metodistas além de evangelizar, visitavam os presos, criavam
escolas e desenvolviam obras sociais. O povo metodista do passado não
limitava sua prática da fé com crenças, ou com projetos
assistencialistas, mas também lutando contra a escravidão. Wesley
entendia que tanto satanás como o pecado, vivia no coração das pessoas,
e também nas estruturas sociais. Assim, a unidade da conversão
individual e a transformação da sociedade sempre foram características
da Igreja Metodista.
Para John Wesley não era correto, nem bíblico criar
uma Igreja separada. Na sua visão, a divisão da família cristã não
pertencia ao projeto de Deus. Por isso o movimento metodista sempre teve
um grande interesse na unidade cristã. A Igreja Metodista começou como
um movimento de renovação, sem qualquer pretensão de criar uma nova
igreja. Só depois da morte de John Wesley é que surgiu a Igreja
Metodista, quando já não havia mais possibilidade de continuar dentro da
Igreja Anglicana.
fonte:
Momentos Decisivos do Metodismo
Prof. Duncan Alexander Reily - Imprensa Metodista
O
Metodismo na Inglaterra
A primeira coisa a estabelecer é que o Metodismo faz parte integrante
do movimento Protestante. Herdeiro da Reforma, mediante a Igreja da
Inglaterra, cujos 39 Artigos formam a base dos Artigos de Religião do
Metodismo e cuja liturgia (O Livro de Oração Comum) exerceu grande influência
na liturgia metodista, o Metodismo aceitou as três colunas principais da
Reforma - A autoridade das Escrituras, a Justificação pela Fé e o
Sacerdócio Universal dos crentes (que também podemos simbolizar pelos
"Três P", ou seja Palavra, Perdão e Povo).
O
Metodismo na Inglaterra no tempo de Wesley:
Cinco
chaves para compreender nossa herança Metodista
●
Experiência do dia 24 de maio de 1738
A famosa experiência de João Wesley numa reunião à Rua Aldersgate,
em Londres, a exemplo de Martinho Lutero, na torre de Wittenberg, marcou o
clímax de uma longa busca de um relacionamento satisfatório com Deus em
Cristo. Qual é o sentido desse evento? Pela descrição do próprio
Wesley, os metodistas têm, tradicionalmente, enfatizado o "coração
aquecido". E certamente a emoção faz parte da experiência; afinal,
o ser humano não é só cérebro, mas os sentimentos e emoções lhe são
molas de ação. Mas uma das coisas mais importantes da descrição do próprio
Wesley sobre "Aldersgate" é que houve uma íntima ligação
entre a experiência religiosa e a sua doutrina. Uma outra maneira de
dizer a mesma coisa seria dizer que a compreensão doutrinária de Wesley
(muito embora profundamente fundamentada na Palavra de Deus) surgiu de sua
experiência. Teologia, em Wesley, não é algo distante, especulativo,
divorciado da vida; pelo contrário, ela nasce da vida religiosa, ou seja,
da experiência da salvação. Por isso vale a pena estudarmos o registro
de Wesley sobre o que aconteceu no dia 24 de maio. Podemos fazer isso em
poucas linhas, mas cada uma poderia fornecer matéria para uma boa discussão.
(1) A experiência de Wesley nasceu da Palavra de Deus.
Alguém lia do Prefácio de Lutero à Epístola aos Romanos. Foi no
momento que Wesley ouviu da "mudança que Deus opera no coração
pela fé em Cristo" que ele experimentou a fé! Confirmou o que Paulo
dissera que "a fé é pelo ouvir e o ouvir pela palavra de Deus"
(Rm. 10.17).
(2) A experiência foi fundamentalmente do Dom da fé. Mas
Wesley aprendeu, com Lutero, de que consiste a verdadeira fé - é confiança
(não crença). "Senti que confiava em Cristo, Cristo tão somente
para minha salvação...". Fé, então, é confiar a vida nas mãos
de Cristo, estabelecer aquele relacionamento pelo qual Cristo se torna
Senhor e Salvador pessoal.
(3) Com o ato de confiar sua vida a Cristo,
estabelecendo um novo relacionamento, Wesley foi perdoado, ou seja,
percebeu que Cristo havia tirado seus pecados - não era apenas o cordeiro
de Deus, que tira pecado do mundo, mas o Salvador que tirava os pecados de
João Wesley.
(4) Daquilo que Cristo lhe fizera, o Espírito Santo
testificou, pois no mesmo momento "uma segurança" lhe foi dada
de que Cristo havia tirado seus pecados e o havia salvado "da lei do
pecado e da morte".
(5) Só? Não, há mais! Wesley diz que começou a orar
pelos inimigos e perseguidores! Sem mencionar o Novo Nascimento, Wesley
demonstrava nesta nova capacidade de perdoar que Deus não havia apenas
lhe perdoado, mas também transformado o seu íntimo. Como os metodistas
cantam: "Tu não somente perdoas, purificas também, ó
Jesus".Concluímos, então, que uma das principais características
do metodismo wesleyano era, ao invés de teologia especulativa, uma íntima
conexão entre a doutrina e a experiência.
● Evangelização
Devemos lembrar que não foi apenas João Wesley
que teve uma experiência religiosa transformadora em maio de 1738;
Carlos, irmão de João Wesley, também, no domingo anterior, recebera o
dom da fé. Carlos traduziu sua experiência, que ocorrera no Domingo de
Pentecostes, num hino que lembra as línguas de fogo do primeiro
Pentecostes - "Mil línguas eu quisera ter". em certo sentido,
enquanto João viajava por toda a parte proclamando através da pregação
as boas novas de vida nova em Cristo Jesus, Carlos, através de 6.500
hinos de sua autoria também evangelizava. Há certas características da
evangelização wesleyana que deviam ser notadas: Primeiro, o século
XVIII presenciou o nascimento de uma nova classe social, a dos operários.
Os primeiros representantes dessa nova classe eram
mineiros. Oprimidos pelas longas horas de trabalho árduo e baixo salário,
os mineiros não eram levados em conta pela igreja oficial, e poucos deles
procuravam a mesma. Foi aos mineiros de Kingswood e Bristol que os
metodistas pregaram! Mais tarde, com o crescimento das fábricas, os operários
e operárias seriam objeto da mensagem metodista e fariam parte integrante
da sociedade e partes metodistas. Muito antes da igreja anglicana tomar
consciência da própria existência dessa nova classe, os metodistas já
lhes ministrava.
A segunda coisa a notar é que havia necessidade de
descobrirem-se novos métodos e agências para atender a essa nova situação.
A pregação ao ar livre provou ser o meio para atingir essa nova classe.
George Whitefield e Wesley pregavam aos mineiros ao saírem estes das
minas, pois os mineiros não procuravam a igreja. Nas praças de Londres,
Bristol e Newcastle, os metodistas ofereciam Cristo ao público atônito
com essa inovação! Mais se a pregação ao ar livre provou ser o
instrumento, os agentes, muito mais do que ministros ordenados, passaram a
ser os pregadores leigos (pregadores sem formação teológica). Desde a
pregação do jovem Tomas Maxfield, que trabalhava com Wesley como
"filho no evangelho" no seu centro em Londres (a "Fundição")
e que Suzana Wesley considerava tão vocacionado como seu próprio filho
João! - pessoas com graça (experiência pessoal de fé),
"dons" (capacidade para proclamar claramente as boas novas) e
"frutos" (resultados positivos da sua pregação em termos de
despertamento e conversão) e que se dispunham a trabalhar nos lugares
onde Wesley indicava, mais que se comprometiam a ler pelo menos 6 horas
por dia, militavam como profetas (proclamadores) sob a orientação de João
Wesley.A terceira coisa a ser notada nesta evangelização metodista é
sua estreita ligação com o serviço ao povo e ação social. Talvez
baste lembrarmos que a última carta que o velho Wesley escreveu foi
endereçada a William Wilberforce, encorajando na sua luta no parlamento
inglês contra escravidão.
●
A terceira chave: O povo.
Wesley nunca teve a intenção de que o metodismo
passasse a ser uma nova igreja, ele pretendia que fosse um movimento em
sua amada igreja anglicana (da qual nunca saiu) para seu despertamento e
capacitação para o exercício da missão de Deus. A preocupação de
Wesley era o POVO. Ele dizia que seus seguidores eram "o povo chamado
Metodista". Já vimos acima que deste povo Wesley conseguiu seus
pregadores e pregadoras - pois Wesley permitia que mulheres como Mary
Bosanquet pregasse. De Mary, Wesley dizia que sua palavra era tudo
"luz e fogo". Assim Wesley descobriu um modo fácil de expressar
a doutrina de Lutero, o "Sacerdócio Universal do Crente".
Mas a ênfase do povo não pára com a pregação de
leigos, por mais importante que fosse: o Metodismo via sua missão como
uma realizada pelo povo e em prol do povo. É por isso que nos principais
centros do metodismo wesleyano surgiu escolas, orfanatos, ambulatórios,
fundos de empréstimo, centro de artesanato etc.. foi por isso que Wesley
e os Metodistas lutavam contra a escravidão que degradava e explorava o
povo africano. Foi para poder servir o povo que o próprio Wesley
procurava ganhar todo dinheiro possível e economizar o máximo - não
para ficar rico, mais para ter recursos para "dar tudo possível".
Por isso, já nos seus dias de professor em Oxford, ele havia economizado
dinheiro que normalmente teria gasto com carvão para sua lareira. Ele agüentava
o frio dos invernos ingleses para ter dinheiro para pagar uma professora
de uma classe de moleques pobres da cidade de Oxford.
● A Quarta chave é a ênfase na Santificação / Perfeição
Para Wesley, a santificação é um processo de
crescimento em graça que começa no momento que, pela fé, Deus perdoa o
pecador arrependido e inicia o processo da sua transformação íntima. A
perfeição é um Dom de Deus pelo qual aperfeiçoa sua obra no crente,
enchendo-o de amor para com Deus e o próximo. A chave para entendermos a
perfeição é o AMOR. Wesley tinha muitos sinônimos para a perfeição,
sinônimos estes que não inventou mas achou na palavra de Deus. Perfeição
é pureza de coração, é imitação de Cristo, é comunhão ininterrupta
com Deus e com seus propósitos, mas mais do que qualquer outra coisa, é
o Amor. O estudo do livro aos Hebreus o convenceu da absoluta necessidade
de santidade na vida do discípulo de Jesus.
Carlos Wesley ensinou aos metodistas a doutrina através
dos seus hinos, poucos dos quais chegaram até nós. Talvez a mais clara
expressão da doutrina se encontra no seu hino "amor divino que
excede todos os amores" ("grande amor", nº 293 no HE).
"Ó
Senhor, que a tudo excedes, Dom celeste, Amor sem par,
Vem, coroa os teus favores, Entre em nós vem habitar.
Grande Amor, Amor bendito, Ó divina compaixão,
Vem, socorre ao que padece, Faze nele habitação"
Para Wesley, a primeira epístola de João é a
melhor do comentário sobre a perfeição cristã. Nesta epístola, a ligação
entre o amor e a vida cristã é patente. "aquele que diz que está
na luz mas odeia seu irmão ainda está nas trevas até agora" (2.9).
O mesmo autor adverte: "filhinhos, não amemos de palavras nem de língua
mas por ações e em verdade" (3.18), o que muito nos lembra de Tiago
que questiona a fé daquele que nada faz em prol do irmão sem roupa nem
alimento (2.14-15).
● Uma Quinta chave é a ênfase missionária do Metodismo Wesleyano
Os metodistas definiram sua razão de existência
em termos de "Reformar a nação, particularmente a igreja, e
espalhar Santidade Bíblica em toda nação". Acabamos de ver de como
serviam impulsionados a levar as boas novas aos operários e aos pobres,
geralmente negligenciados pela igreja oficial. Mas havia também algo
dentro do metodismo que o fez vencer as barreiras dos mares, pois logo ele
é levado espontaneamente, para a Irlanda, Escócia, as Ilhas do Canal,
para o continente europeu e para o Novo Mundo - para Antigua no Caribe,
para as Colônias que viriam a ser os EUA, para Terra Nova, parte do atual
Canadá. Aliás, uma igreja que não é missionária é ou morta ou
moribunda.
fonte: Momentos Decisivos
do Metodismo
Prof. Duncan Alexander Reily - Imprensa Metodista
O
Metodismo nos Estados Unidos da América
A primeira "Sociedade" metodista surgiu em Londres em fins de
1739; vinte anos depois já se implantava no Novo Mundo. Pois em 1760,
Natanael Gilbert, convertido por João Wesley na Inglaterra, ao voltar
para Antigua, no Caribe, começou a compartilhar as boas-novas com a
população escrava.
O mesmo impulso de missão espontânea fez o Metodismo
em Virgínia e Maryland, construiu rudes capelas de pau roliço, itinerou
diversas das "Três Colônias", e até despertou vocações
entre jovens norte-americanos!
Pouco depois, numa outra família de metodistas imigrantes da Irlanda, a
Sra. Barbara Heck estaria pressionando seu primo e pregador metodista,
Filipe Embury, a iniciar uma missão de proclamação em New York. Bem
mais para o norte, encontrava-se um jovem imigrante, Guilherme Black,
engajado na pregação leiga na Terra Nova, hoje parte do Canadá. Sim, a
conclusão é quase irresistível de que uma das qualidades do Metodismo
nos primórdios era o seu impulso missionário, o qual o levaria, de modo
próprio a muitas partes do mundo e, com tempo, faria do Metodismo um
movimento verdadeiramente mundial. Só alguns anos depois dos começos
mencionados é que, a pedido dos metodistas arrebanhados do Novo Mundo, João
Wesley e os metodistas ingleses enviaram obreiros à guisa de missionários.
O
metodismo norte-americano se transforma em igreja: a Igreja Episcopal
João Wesley destacou alguns dos seus melhores
pregadores como missionários na América.
Embora tenha ele os mandado para todos os locais
mencionados acima, vamos ficar agora só com o território que passaria a
ser os Estados Unidos. Quando Wesley começou a enviar obreiros para as
colônias inglesas na América, já estava bem adiantado o movimento de
independência e, a partir de 1775, o movimento já tomava a foram de uma
Guerra de Independência. Nos oito anos de guerra, todos os missionários
que Wesley havia enviado voltaram, menos um, Francis Asbury. Asbury, que
nunca mais voltou para sua Inglaterra nativa, tornou-se um dos principais
líderes surgido durante os anos do conflito. Um fato curioso é que João
Wesley, um inglês, não apoiara o movimento de independência, o que
gerava suspeitas que os metodistas das colônias também não apoiavam-no,
o que não era verdade. Apesar desta dificuldade e desassossego causado
pela guerra, o número de metodistas aumentava rapidamente. Ao fim da
guerra, já contavam com uns 15.000 e mais de 80 pregadores. O próprio
Wesley, que não aprovara a revolução, agora deu pleno apoio na nova
situação; na realidade, ele preparou uma liturgia (baseado no Livro de
Oração Comum, o qual ele considerava a melhor liturgia do mundo) e ainda
um livro canônico (a Disciplina) e ordenou dois pregadores como presbíteros
e o Dr. Tomás Coke como "superintendente" para os Metodistas na
América.
Isto é, tomou os passos para que os Metodistas na América
se tornassem Igreja. Ele tomou um outro passo nessa direção, chegando a
nomear também Francis Asbury como superintendente (ou seja, Bispo).
Asbury, porém, reconheceu o espírito da independência dos metodistas na
América; daí ele só aceitou a liderança mediante eleição pelos
pregadores, e não nomeação por Wesley, distante há tantos mil quilômetros!
Sim, por volta de Natal, 1784, os pregadores se
reuniram e, sob a direção de Coke, fundaram a Igreja Metodista Episcopal
(antes o metodismo era movimento, não Igreja); elegeram Asbury, ainda
leigo, Diácono, Presbítero e Superintendente em três dias sucessivos;
e, dos seus parcos recursos humanos e financeiros, estabeleceram uma
faculdade, Cokesbury College (aproveitando os nomes de Coke e Asbury, os
dois "superintendentes" ou bispos) e mandaram missionários para
Antiga e Terra Nova, apesar do fato de só existirem pouco mais de 80
pregadores metodistas no país. Assim nasceu a Igreja Metodista Episcopal,
a menor denominação no continente norte-americano; meio século depois
era destinada a ser a maior. Algumas das razões para isto se seguem:
A
Igreja Metodista Episcopal descobre a "Fronteira"
Devemos lembrar que os Estados Unidos, em 1784, era, na
realidade, uma pequena faixa de terra desde Georgia até Canadá no Norte,
ao longo da costa do Atlântico. Mas a população branca estava emigrando
para o Oeste em busca de novas terras. O Oeste sempre se afastava mais e
mais, pois a expansão territorial do país foi espantosa. Por compra,
conquista militar e compra e diplomacia, os Estados Unidos passaram a ser
um país de dimensões continentais em apenas 70 anos!
Certos fatores fizeram com que os metodistas pudessem
acompanhar a marcha para o Oeste, ou seja, a fronteira, mais
eficientemente que qualquer outro grupo. Uma destas razões, sem dúvida,
é o seu vigor espiritual e um outro é a sua auto-imagem. Já em 1784, os
80 e poucos pregadores metodistas reunidos na Capela de Lovely Lane em
Baltimore haviam concluído que Deus os colocou na América para
"reformar o continente e espalhar a santidade Bíblica por toda a
parte". Sim, estavam imbuídos de um profundo senso de missão, que
os impulsionava.
Também o tipo do ministério metodista era
admiravelmente adaptado à fronteira. O pregador metodista era chamado de
circuito rider, ou seja, "cavaleiro de circuito", sendo que seu
circuito (paróquia) poderia Ter 30, 50 ou mais lugares regulares de pregação.
Assim, um pregador ordenado, auxiliado por muitos leigos e leigas, atendia
a uma grande área na fronteira, esparsamente povoada. E, finalmente, os
metodistas aprenderam dos presbiterianos um tipo de evangelização muito
apropriado à fronteira, a camp meeting (reunião de acampamento), na qual
famílias vinham de consideráveis distâncias, de carroças, e acampavam
durante uma semana ou mais, assistiam pregação pelo menos três vezes
por dia e em que se realizavam conversões em grande número. Havia,
muitas vezes, manifestações emocionais; estas espantaram os
presbiterianos, mas Bispo Asbury via nos acampamentos "o tempo de
safra" dos metodistas
O Metodismo Americano e a Escravidão
Hoje a condenação da escravidão é universal; no
Brasil veio sua emancipação formal com a "Lei Áurea", e
instaura-se agora uma luta sem trégua contra o mal mais sutil do racismo.
Mas outrora, poucas foram as vozes que se levantaram contra a instituição,
praticada no mundo inteiro. Os primeiros escravos negros foram
introduzidos em territórios que seriam os EUA nos primórdios da colonização
inglesa, a saber: 1619! Passou a ser ponto pacífico que a agricultura nas
colônias dependia do escravo. O próprio Padre Antônio Vieira diria no
mesmo século: "Sem Angola, não há Brasil". Os primeiros a
questionarem o sistema foram os "Amigos"; João Wesley também
condenava a escravidão como uma "vilania execrável". Ele não
admitia, sob hipótese alguma, que um ser humano fosse dono de um outro;
daí escreveu contra a escravidão e encorajava Wilberforce na sua luta no
parlamento inglês contra o mal. Mas nas colônias americanas, quem
laborava nas fazendas de arroz eram os negros e, apesar da Declaração da
Independência (1776) afirmar como uma "verdade auto-evidente"
que todos foram dotados pelo Criador do Direito da Liberdade, no novo país
(EUA) a escravidão não foi abolida na época!
As poucas vozes de protesto ao sistema não foram
suficientes para levantar a consciência da Igreja de modo geral; e, com o
tremendo aumento da produção do algodão, para a qual pensava-se
indispensável o labor negro, criou-se um argumento tanto filosófico como
a Bíblia que apresentava a escravidão não como um mal, senão como bem
positivo! Foi só de 1830 em diante que o movimento de abolição começou
a crescer; e nesta luta muitos metodistas participaram plenamente.
Mas a tragédia foi que a Igreja como um todo não
aderiu logo ao movimento. As grandes denominações chegaram até a se
racharem, resultado em Igrejas "do Norte" e "do Sul".
Isto atingiu o Metodismo em 1844 e nasce a Igreja Metodista Episcopal,
Sul.
No Norte do país, freqüentemente os abolicionista
metodistas eram também seus melhores evangelistas; no Sul, infelizmente,
a defesa da escravidão foi como uma cunho, separando as coisas
consideradas espirituais das seculares. Esta infeliz dicotomia iria
influenciar o pensamento e a ação das missões destas Igrejas no Brasil
(Metodistas, Presbiterianas, Batistas). Aliás, parte do desafio para o
Metodismo hoje é reapropriar a visão e a práxis de Wesley.
Metodismo e a Educação
A Escola Dominical nasce da educação popular
organizada por Roberto Raikes, em 1780: Wesley apoiou enquanto muitos
questionavam o uso do Domingo para ensinar crianças a ler e escrever!
Francis Asbury fundou uma das primeiras Escolas Dominicais nos Estados
Unidos.
Já vimos como na "Conferência de Natal" a
Igreja Metodista Episcopal fundou Cokesbury College que, entanto, foi de
curta duração. A partir de 1820, quando o Concílio Geral permitiu a
nomeação de itinerantes metodistas como reitores de instituições de
ensino, o Metodismo começou a contribuir significativamente para a educação
superior do país. Demoramos em organizar seminários teológicos por
causa do nosso conceito de vocação e métodos de treinamento, a saber: o
sistema de aprendiz, pelo qual um jovem pregador aprendia o ofício
acompanhando um mais experiente no seu trabalho, e abundantes leituras.
Brevemente, porém, o Metodismo, ao lado de outras denominações,
povoaria os EUA de escolas de todos os níveis, inclusive o universitário.
A escola passaria a ser uma das mais evidentes contribuições às missões
que fundava em todos do continentes.
O Metodismo e as Missões
A era de missões protestantes modernas foi inaugurada
por William Carey, batista, no final do século XVIII. Já vimos a ênfase
missionária no metodismo wesleyano. Apenas em esboço, vejamos como o
metodismo na América do Norte seguiu esta tendência:
● A evangelização da Fronteira;
● A evangelização de indígenas, a partir de 1820;
● A evangelização de escravos negros, desde a mesma época;
● Missões no além-mar, a partir da missão em Libéria, fundada em
1832.
Para
refletir
Os metodistas nos dias coloniais na América do Norte
tiveram muita disposição para acompanhar o povo nas fronteiras na sua
marcha para o Oeste. A imagem popular do pregador itinerante metodista se
reflete nestas observações atribuídas aos povos migrando para o Oeste:
"Os ministros presbiterianos chegam até nós
somente depois do término da construção da estrada de ferro e o
estabelecimento de horários regulares dos trens em nossas aldeias. Os
ministros da Igreja Episcopal chegam somente depois de instalado o serviço
de carro-leito nos trens. Os ministros itinerantes metodistas vêm junto
com a gente a pé e a cavalo".
O que significa isto para nós hoje? Conservamos este
mesmo espírito evangelístico hoje? Acompanhamos o povo nas suas migrações
hoje? Ministramos aos diversos grupos nas suas "fronteiras"
hoje, tais como: nas favelas, nas escolas, nas universidades, nos
sindicatos, nos parques industriais, nos pólos comerciais, nos conjuntos
habitacionais, na zona rural, etc.?
De que maneira que os Dons e Ministérios podem ajudar
a igreja a recuperar o espírito evangelístico e o impulso missionário?
fonte: Momentos Decisivos do
Metodismo
Prof. Duncan Alexander Reily - Imprensa Metodista
O
Metodismo no Brasil
Junius Estaham Newman, pastor metodista e Superintendente Distrital foi o
pioneiro da obra metodista permanente no Brasil, fundando a primeira paróquia
metodista. "J.E.Newman, recomendado para a Junta de Missões para
trabalhar na América Central ou Brasil" foi a nomeação que ele
recebeu em 1866, na Conferência Anual. Após ter servido durante a Guerra
Civil, EUA, como capelão às tropas do Sul, observou que muitos
metodistas do Sul emigraram para as Américas do Sul e Central e
acompanhou-os.
A Guerra deixou endividada a Junta, sem possibilidade
de enviar obreiros para qualquer local. Newman financiou sua própria
vinda ao Brasil, com suas modestas economias. Chegou ao Rio de Janeiro em
agosto de 1867, mas fixou residência em Saltinho, cidade próxima a Santa
Bárbara do Oeste, província de São Paulo. Desde 1869 pregou aos
colonos, mas, dois anos mais tarde, no terceiro domingo de agosto,
organizou o "Circuito de Santa Bárbara".
O primeiro salão de culto - antes era uma venda - foi
em uma casa pequena, coberta de sapé e de chão batido. Newman trabalhava
com os colonos norte-americanos e pregava em inglês. Um dos motivos da
demora de Newman em organizar uma paróquia metodista, é que ele pregava,
principalmente para metodistas, batistas, presbiterianos e a todos que
desejassem ouvir sua mensagem, pensando ser mais sábio unir os
"ouvintes" em uma única igreja, sem placa denominacional. Mas
depois todas as denominações organizaram-se em igrejas, de acordo com
sua origem eclesiástica nos EUA.
Newman insistiu, através de suas cartas, para que os
metodistas norte-americanos abrissem uma missão em nosso país. Em 1876,
a Junta de Missões da Igreja Metodista Episcopal Sul, despertada através
da publicação das cartas nos jornais metodistas nos EUA, enviou seu
primeiro obreiro oficial: John James Ranson. Dedicou-se ao aprendizado do
português para proclamar a boa-nova aos brasileiros. A partir de 1879
seria o Superintendente.
J.E. Newman e sua família mudaram-se para Piracicaba,
SP, onde permaneceram por, aproximadamente, um ano, entre 1879-1880,
quando as filhas de Newman, Annie e Mary, organizaram um internato e
externato. O "Colégio Newman" é considerado precursor do Colégio
Piracicabano, hoje Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba).
Os dez primeiros anos de trabalho com os brasileiros
O período de 1876 a 1886 é geralmente denominado de
"Missão Ransom", visto que ele organizou toda a estrutura. Ele
não teve pressa para estabelecer o campo de trabalho: Piracicaba ele
descartou; fez um reconhecimento do Rio Grande do Sul, mas escolheu o Rio
de Janeiro como centro estratégico para propagar o metodismo.
J.J. Ransom iniciou sua pregação mais tarde, a fim de
dominar o português. Em janeiro de 1878 iniciou sua pregação em inglês
e português, no Rio de Janeiro. Os primeiros brasileiros foram recebidos
à comunhão da Igreja em março de 1879, sem serem rebatizados. No mês
de julho seguinte, quatro pessoas da família Pacheco foram recebidas.
Ransom casou-se com Annie Newman, no Natal de 1879, mas
ela faleceu em meados do ano seguinte. Ele foi aos Estados Unidos em busca
de mais pessoas dispostas a contribuir na tarefa missionária no Brasil.
Voltou, dois anos depois, com James L. Kennedy, Marta Watts e o casal
Koger. Todos contribuíram na expansão geográfica da Missão e também
para a educação.
A educadora Marta Watts veio como missionária com a
tarefa de educar crianças e moças brasileiras. O Colégio Piracicabano,
primeiro educandário metodista no Brasil, foi fundado em 13 de setembro
de 1881, com a matrícula de apenas uma aluna, Maria Escobar. Fatores como
a capacidade e dedicação da diretora e o novo método do Colégio
chamaram novas alunas, a partir do ano seguinte. O educandário foi a
semente para a Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba), criada em
1975.
Frances S. Koger, ou simplesmente Fannie, fundou uma
escola para crianças pobres em Piracicaba, demonstrando assim, o
interesse pela educação de crianças pobres, um fato que não é tão
conhecido.
Além dos missionários fundadores das principais
igrejas - Rio, Ransom, 1879; Piracicaba, Koger, 1881; São Paulo, Koger,
1884 e Juiz de Fora, Kennedy, 1884 - destacam-se, por exemplo, três
obreiros leigos que precederam Kennedy, na preparação do trabalho em
Juiz de Fora, MG e outros primeiros obreiros leigos.
Bernardo de Miranda, Ludgero de Miranda, Felipe Relave de Carvalho e
Justiniano de Carvalho receberam nomeação episcopal em 1886. Na Conferência
Anual de 1887, com exceção de Ludgero, todos foram admitidos à Conferência,
em experiência. Mas na Conferência Anual de 1890, o bispo J.C. Granbery
admitiu os quatro obreiros, ordenando-os diáconos. Algum tempo depois,
leigas foram chamadas de "Mulheres da Bíblia", ocupando-se com
visitações e leitura da Bíblia com outras mulheres.
Em 1° de janeiro de 1886 foi publicada a primeira edição
do Metodista Católico, atual Expositor Cristão.
Conferência Anual
Em setembro de 1886 foi realizada a Conferência Anual
(que hoje eqüivale a um Concílio), na capela da Igreja Metodista no
Catete, em 16 de setembro de 1886, abrangendo duas coisas diferentes: área
geográfica e assembléia metodista anual.
O território metodista no Brasil possuía quatro
centros principais:
●
Catete (Rio de Janeiro) - com duas congregações: estrangeira (com
pregação em inglês) e brasileira, totalizando 63 membros. Um novo
templo foi inaugurado em 5 de setembro de 1886, às vésperas da Conferência
Anual.
●
São Paulo tinha apenas 13 membros arrolados, mas sem propriedades.
●
Juiz de Fora e Piracicaba possuíam templos modestos, com 31
e 70 membros, respectivamente. Nos quatro centros principais e em outros
menores contavam-se 214 membros arrolados e seis pregadores locais.
A Conferência Anual formulava a estratégia da região;
os itinerantes (pregadores), que eram avaliados com relação ao seu
trabalho e seu caráter e recebiam nomeação do Bispo.
Um motivo primordial tornava essencial a organização
de uma Conferência Anual: reconhecer, com urgência, o metodismo
brasileiro como pessoa jurídica, uma ênfase da 2ª Conferência Anual
Missionária, em julho de 1886. O governo imperial não reconheceu a Junta
de Missões como pessoa jurídica. Somente na República que a Conferência
Anual foi reconhecida como pessoa jurídica, para o desapontamento da
liderança da Igreja, naquela época.
A necessidade de organizar uma Conferência foi
reconhecida pela Conferência Geral da Igreja Metodista Episcopal Sul, que
deu autorização para o primeiro Bispo visitar a Missão, para constituir
a Conferência. Em virtude dos poucos membros com que a Conferência
contaria, o bispo Granbery quase desistiu de realizá-la. Os obreiros
nacionais ainda não eram itinerantes; Newman foi rebaixado para pregador
local na Conferência dos EUA; Koger havia morrido, em janeiro de 1886 e
Ransom foi "devolvido" em agosto daquele ano.
Apenas o chamado "Trio de Ouro" participou do
evento: Kennedy (evangelista, construtor de igrejas e o historiador do
metodismo brasileiro, com o livro "Cincoenta Annos de Methodismo no
Brasil"; Tarboux pregador e pastor das principais Igrejas Metodistas
e primeiro bispo da Igreja Metodista do Brasil, eleito em 1930) e Tucker
(agente da Sociedade Bíblica Americana e fundador do Instituto Central do
Povo).
O Bispo convocou os três membros para a organização
da Conferência Anual, muito simples e breve, mas um dos momentos
decisivos do metodismo brasileiro.
Texto elaborado por Flávia
Fornazari Toledo
fonte: Momentos Decisivos do Metodismo
Prof. Duncan Alexander Reily - Imprensa Metodista
Consolidação e Autonomia da Igreja Metodista no Brasil
Em 1930, Brasil e México tornaram-se as primeiras
igrejas metodistas autônomas.
Os metodistas foram os primeiros a iniciar o trabalho missionário no
Brasil (1836 - Justin Spaulding e o Rev. Daniei P. Kidder e famílias),
mas tiveram de abandonar a missão em 1841, devido a vários fatores:
● Falecimento da esposa do Rev. Kidder, que ficou
sozinho com duas crianças.
● Problemas pessoais dos missionários.
● Dificuldade muito grande de aceitação da
mensagem do Evangelho pelos brasileiros.
Dificuldade financeira dos Estados Unidos em manter o
trabalho missionário. Neste tempo, o Brasil passa a produzir menos
cana-de-açúcar e tabaco (fumo) e começa a produzir muito café. A mão-de-obra
escrava já não era tão importante e havia necessidade de mão-de-obra
mais especializada. A Inglaterra pressionava para que se acabasse com a
escravidão. Em 1850, saiu uma lei no Brasil que proibia a importação de
mão-de-obra escrava. Uma forma de resolver esse problema era abrir o país
para que os colonos de outros países viessem para cá. Assim, chegaram
aqui muitos italianos que trabalharam em fazendas de café.
A
guerra americana
Em 1861, começou nos Estados Unidos uma guerra que
dividiu o país em nortistas e sulistas (muitos filmes de bangue-bangue
falam da guerra entre os ianques e os confederados). Esta guerra aconteceu
por causa da escravidão e acabou somente em 1865. Depois que a guerra
acabou, muitos americanos vieram morar no Brasil, num lugar perto de
Piracicaba, São Paulo. Lá eles fundaram uma cidade chamada Americana.
A chegada dos americanos no Brasil
O Imperador D.Pedro II foi um grande incentivador da
vinda de americanos para o Brasil, vendendo-lhes terra a preços baixos,
financiando as passagens, a compra de ferramentas e de sementes, entre
outras facilidades, para quem não tinha dinheiro. O Brasil também criou
uma companhia de navegação com navios a vapor que ligavam o Rio de
Janeiro a Nova York. Na primeira viagem destes navios, vieram muitos
americanos para o Brasil, que se instalaram em várias regiões, mas a que
mais prosperou foi a de São Paulo.
Em 1867, chegou no Brasil um grupo de americanos onde
veio o Rev. Justus E. Newman, que trabalhou como pastor entre os
americanos. Em 1875, o Rev. Newman recebeu uma carta dos Estados Unidos
que muito lhe alegrou o coração. A Igreja do Sul dos EUA resolveu mandar
para o Brasil, a pedido do Rev. Newman, o missionário Rev. John James
Ransom, que foi uma das figuras mais importantes da Igreja
Metodista.
O crescimento da Igreja no Brasil
No
Sul e Sudeste
A Igreja Metodista foi crescendo no Rio Grande do Sul, em São Paulo, em
Minas Gerais e no Rio de Janeiro.
No
Norte e Nordeste
No Norte do Brasil, o Rev. Justus Henry Nelson trabalhou por muitos anos
fundando igrejas no Amazonas e no Pará. No nosso hinário evangélico,
temos muitos hinos do Rev. Justus H. Nelson (veja os hinos 82, 121, 130,
265, 286, 295, 388, 453, 457). Também o Rev. Willian Taylor trabalhou no
Nordeste, fundando igrejas no Pará, Maranhão e Bahia. Uma coisa muito
triste foi a falta de apoio das juntas de missões para o trabalho
metodista no Norte e Nordeste do Brasil. Os missionários do Sul e Sudeste
do Brasil também não se interessavam pelo trabalho missionário por
causa da distância desta região de São Paulo e Rio de Janeiro. O Rev.
Justus H. Nelson morreu em Belém do Pará, onde está sepultado. O
Metodismo cresceu bastante no Sudeste do Brasil (Rio de Janeiro e São
Paulo), que até hoje são as maiores regiões da Igreja Metodista no
Brasil. Durante o período em que esteve no Brasil, o Rev. John James
Ransom fundou um jornal chamado "O Metodista Católico" (1886)
que no ano seguinte mudou de nome, passando a se chamar "Expositor
Cristão". Este nome existe até hoje, é o nosso jornal
Metodista.
A autonomia da Igreja
Como a Igreja cresceu, era necessário que se tornasse
independente dos Estados Unidos. Após muita discussão, a Igreja
Metodista tornou-se independente em 02 de setembro de 1930, em São Paulo.
Elegeram o primeiro bispo da Igreja. Ele se chamava Willian Tarboux e era
americano. O primeiro bispo metodista brasileiro chamava-se César Dacorso
Filho e foi eleito em 1938.
Para que uma Igreja fosse autônoma ela deveria possuir 3 requisitos:
a. Auto-sustento (condições financeiras).
b. Ministério próprio (pastores brasileiros).
c. Auto-propagação (condições de crescer sozinha).
As Regiões Eclesiásticas
Com o crescimento da Igreja em alguns territórios do
Brasil, as igrejas foram se organizando em Regiões Eclesiásticas. Cada
um de nós é membro de uma Região da Igreja. No começo existiam apenas
as regiões do Centro, Norte e Sul do Brasil. Mais tarde a Igreja ficou
assim organizada:
● Primeira Região - Rio de Janeiro
● Segunda Região - Rio Grande do Sul
● Terceira Região - São Paulo capital (e Região Leste do Estado)
● Quarta Região - Minas Gerais e Espírito Santo
● Quinta Região - Interior de São Paulo, Goiás, Tocantins, Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul, Triângulo Mineiro, Sul e Brasília
● Sexta Região - Paraná e Santa Catarina
● Região Missionária do Nordeste - Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba,
Pernambuco, Piauí, Sergipe e Rio Grande do Norte
● Campos Missionários do Amazonas - Acre, Amazonas, Pará, Rondônia
e Roraima
fonte:
Revista Cruz de Malta
As
crenças fundamentais dos metodistas são: Cre