Vimos
na seção anterior que Cristo, quando esteve na Terra era um ser
humano como nós. Os seres humanos criados têm sua vida composta
de “sopro de vida” + “pó da terra”. O livro de Gênesis
nos retrata isto:
“Então, formou o SENHOR Deus ao homem do pó da terra e lhe
soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma
vivente.” Gênesis 2:7
Se
subsistia como homem na Terra, Cristo era também “pó da
terra” + “sopro de vida”, ou “espírito”. A palavra
grega utilizada para denominar “espírito” ou “sopro de
vida” é a mesma – “pneuma”. Assim, é correto igualarmos
o sentido das palavras “espírito” e “sopro de vida” ao
buscarmos compreender o novo testamento, uma vez que este foi
escrito quase em sua totalidade no idioma grego. Entendendo isto,
temos que, sendo Cristo um ser humano quando esteve na Terra, no
momento de sua morte temos que seu “espírito”, ou “sopro de
vida” deveria voltar para Deus, que o deu, como ocorre com todos
os homens, e seu corpo ficar inanimado, sem vida, condenado a
voltar ao pó da Terra com o passar do tempo. A Bíblia declara
que foi exatamente isto que aconteceu quando Cristo morreu,
provando que Ele era tão humano quanto nós:
“Então, Jesus clamou em alta voz: Pai, nas tuas mãos
entrego o meu espírito! E, dito isto, expirou.”
Lucas 23:46
O texto acima nos coloca de forma clara que a morte de Cristo se
deu como se dá a morte de um ser humano. O “espírito”, o
“sopro de vida” foi entregue ao Pai e o corpo pendeu
imediatamente sobre o madeiro, sem vida. O ser humano Cristo Jesus
estava morto.
Qual
foi a morte que Jesus morreu, a primeira morte ou a segunda morte?
Um estudo do santuário nos auxilia a esclarecer este tema. No
cerimonial típico, o sacrifício que mais detalhadamente
reproduzia a morte do Salvador era o sacrifício da novilha
vermelha, descrito em Números capítulo 19. Neste sacrifício,
uma novilha vermelha, simbolizando a Cristo, que receberia os
pecados do mundo, era tomada para o sacrifício. Esta novilha
deveria ser sem defeito, simbolizando a Cristo, que não pecaria
(verso 2). A novilha era então levada para fora do arraial e lá
sacrificada, simbolizando que Jesus Cristo seria crucificado no gólgota,
fora dos portões da cidade de Jerusalém.
Após o sacrifício, a novilha sem vida era totalmente queimada.
Isto simbolizava que tipo de morte Jesus Cristo iria sofrer. A Bíblia
atesta que o lago de fogo representa a segunda morte, a morte
eterna:
“Então, a morte e o inferno foram lançados para dentro do
lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo.”
Apocalipse 20:14
Como o lago de fogo é a segunda morte, o fato de a novilha ser
queimada representava que Cristo sofreria a segunda morte, a
separação total de Deus o Pai, a fonte mesmo de Sua vida quando
subsistindo como ser humano na Terra. Assim, Ele estaria sofrendo
aquilo que os seres humanos pecadores deveriam sofrer para que
estes, por Seu sacrifício, pudessem viver e escapar desta horrível
condenação. A segunda morte representa também completa ausência
de existência. Ao compreendermos que Jesus sofreu a segunda
morte, temos como ainda mais claro o fato de que sua divindade,
representada pela “água do copo” no exemplo que apresentamos
na seção anterior, só poderia estar no Pai, pois caso contrário
Ele não poderia sofrer a segunda morte, uma vez que é impossível
que um Deus, que é vida por Sua própria natureza, morra. Um ser
que possuísse uma divindade intrínseca, própria, não poderia
morrer a segunda morte, como Cristo sofreu.
Do que estudamos nesta seção, concluímos o seguinte sobre a
morte de Cristo:
·
Cristo morreu como um ser humano; assim seu espírito foi para o
Pai e seu corpo pendeu sem vida no madeiro;
·
Cristo sofreu a segunda morte, equivalente ao lago de fogo,
quando deu sua vida por nós na cruz.
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